quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A Casa do Templo Perdido




Bati no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera pela metade; a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater.
O eco devolve minha ânsia de entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.



Autor: Carlos Drummond de Andrade

Um comentário:

Ana Carol disse...

Oi Si!!! Que bom que vc começou a usar o blog!!!
Adorei a poesia.Sei que é estranho o termo adorar para uma poesia tão melancólica mas... bem, eu adorei a idéia, a forma de expressar o sentimento.
Bjo